Entrega dos Prémios Columba
Discurso da Diretora
Caros Encarregados de Educação
Estimados Alunos
Caros Colegas
Antecipadamente grata pela presença e contribuição para a riqueza do dia de hoje – em especial:
Aos nossos alunos e suas famílias, pela marca anual de qualidade que imprimem a este evento;
Ao Senhor Presidente do Município, pela sua presença e pela sua contribuição e apoios na concretização do projeto educativo do AESCD e, especialmente hoje, pela oferta dos livros aos alunos galardoados;
Aos docentes, pela sua mestria aguerrida na lide exigente do processo de ensino destes e dos restantes alunos.
Aos Assistentes Operacionais e Colaboradores do Município, que representam uma contribuição importante para o PE do AESCD: hoje, em particular, a Raquel Loureiro, o Miguel Brito, o João Santos, o Hugo Branquinho e a Paula Branquinho.
À Equipa excecional e talentosa do CMAD, ao Luís Matos, à Carla Correia, ao Mário Cruz, aos executantes da Camerata de Cordas e do Santa Combo, e seus professores: Rodrigo Reis e César Oliveira.
Aos apresentadores Matilde Nunes e Júlio Antunes.
Aos alunos do curso profissional de multimédia e ao seu professor Luís Almeida.
Hoje, é dia de celebração: temos alunos galardoados pelos seus resultados académicos e pelo seu desempenho no Desporto Escolar.
Como reconhecimento, oferecemos um certificado, um livro e uma flor para depois ser oferecida à Mãe ou a quem cada aluno entender.
Reunimo-nos como comunidade escolar — alunos, famílias, professores e amigos — para reconhecer o esforço, a persistência e a dedicação de quem se empenha diariamente em crescer e aprender. É o dia em que celebramos as nossas crianças e jovens, que compreenderam que o mérito não surge por acaso, que é antes o resultado de trabalho constante, de responsabilidade assumida e da coragem de enfrentar desafios e até alguns fracassos.
Este é também um dia para nos inspirarmos com os seus exemplos, para reforçar a importância de sonhar, de acreditar e de perceber que cada conquista é construída passo a passo, com empenho, disciplina e paixão pelo conhecimento, pela aprendizagem, e pela formação do caráter e da cidadania ativa.
Hoje celebramos também a força de uma comunidade educativa que acredita no poder transformador da educação — uma comunidade que esperamos que entenda que aprender é crescer como pessoa, e que cada pequeno esforço contribui para construir um futuro mais consciente, mais justo e mais humano.
Mas, este é também um momento de reflexão: porque, ao celebrarmos o mérito, não podemos deixar de olhar à nossa volta e pensar nos desafios que a escola — e todos nós — enfrentamos nos tempos que correm
Vivemos uma época em que o valor do esforço parece, por vezes, perder espaço para a facilidade imediata; em que o “direito” é tantas vezes invocado sem a consciência do “dever”; e em que a Família delega na Escola um papel que não lhe pertence por inteiro. E a Escola, resiste, tenta, esforça-se e acredita, apesar de se sentir, tantas vezes, sozinha nesta tarefa imensa de formar cidadãos.
Crescem atualmente gerações que reivindicam, antes de compreender, que exigem, antes de contribuir, que falam, antes de escutar. Filhos que são criados na convicção de que tudo lhes é devido e tem de ser dado — reina hoje o direito à palavra indevida, à falta de respeito – a emoldurar projetos de pessoas inimputáveis.
E, neste cenário, a Escola — que deveria ser o espaço sagrado do diálogo, do crescimento e do conhecimento — enfrenta diariamente algo ainda mais inquietante: a arrogância, a indiferença e até a violência.
Violência, sim — verbal, emocional e, tantas vezes, física — dirigida à instituição e aos profissionais que nela trabalham com empenho e dedicação.
Profissionais que não procuram glória, mas tão só reconhecimento: que, mesmo cansados, continuam a acreditar no poder transformador da educação; que dão de si o melhor que têm, muitas vezes além do que lhes é pedido, para que cada aluno cresça e encontre o seu caminho.
E, tristemente, grande parte destas agressões nascem de quem não vive a escola, de quem apenas a observa de fora e desconhece o esforço diário, a entrega silenciosa, o amor que está por detrás de cada gesto, de cada tentativa de ajudar e de fazer crescer.
Vivemos tempos confusos e por vezes desesperantes!
Interrogo-me sobre se esta crise de valores não constituirá razão suficiente para se parar, pensar e perguntar — é este o futuro que queremos construir para os nossos filhos e os nossos netos?
À Família, à Escola e a cada um de nós compete compreender que a transmissão de valores é uma missão partilhada.
Os valores são o alicerce das nossas atitudes, moldam o nosso caráter e orientam o modo como olhamos e respeitamos o outro.
Sem valores, a sociedade vai desmoronar-se — e é por isso que precisamos de recuperar o respeito, o civismo, a responsabilidade, o trabalho, o esforço e a disciplina.
Se quisermos que os nossos filhos acreditem em nós, temos de lhes mostrar — com o exemplo — que o sucesso não se impõe, conquista-se; que o respeito não se exige, conquista-se pelo modo como tratamos os semelhantes; e que ser livre não é fazer tudo o que se quer, mas saber escolher o que é moralmente correto.
E é neste ponto que reside o grande segredo do aperfeiçoamento humano: na educação — essa arte que começa na Família, que se desenvolve na Escola e que se cumpre na Vida.
Meus Estimados Alunos,
Hoje é o vosso dia.
Esta entrega dos Prémios Columba celebra o vosso mérito, a vossa dedicação e a vossa capacidade de superação. Que este momento vos inspire e dê forças para continuar a crescer, a sonhar e a lutar pelos vossos objetivos.
Que a alegria de aprender vos torne não apenas mais sapientes, mas também mais humanos — mais conscientes de que o verdadeiro conhecimento é aquele que nos aproxima dos outros.
Lembrem-se, todos os dias, que o crescimento não se mede apenas pelo que sabemos, mas pelo que somos.
E parabéns à Escola — que, apesar das dificuldades, continua a ser um farol orientador de conhecimento, de valores e de humanidade, um espaço vivo onde, todos os dias, se aprende a ser, a pensar e a conviver. Que cada um de nós — professores, alunos, famílias e comunidade — contribua para que esta casa comum continue a formar cidadãos livres, responsáveis, solidários e críticos, capazes de transformar o mundo com saber, com ética e com coração. Que nunca nos esqueçamos de que é aqui, na Escola, que se lançam os alicerces do futuro e se constrói, passo a passo, a melhor versão de nós próprios e da sociedade que queremos ser.
Continuamos a precisar de esperança. Precisamos dela para ensinar, para aprender, para continuar a acreditar, sem receios, sem medo.
Muito obrigada.
AESCD, em 29 e 30 de outubro de 2025
Madalena Dinis
Contactos
Escola Secundária de Santa Comba Dão (sede)